Finalmente chegou o dia… O dia da Grande Rota Dura no concelho de Idanha-a-Nova. A ideia passa por fazer um percurso de cerca de 30 a 35km que irá ligar a Barragem de Idanha-a-Nova a Penha Garcia com passagem pelas aldeias históricas de Idanha-a-Velha e Monsanto… Um must!! Quem não conhece, tockalevantar o rabiosque do sofá e venha até à bonita Beira-Baixa!!
Na organização desta grande caminhada esteve um alfacinha beirão (JB), sempre orgulhoso (e com razão!!) das suas origens, que, aliado ao mentor das GRD – AA, nos mostrou os belos trilhos raianos.
E agora um aviso… Preparem-se porque neste dia foram “só” 303 fotografias que tirei!!!
Agora que estão avisados, cá vai disto… Tudo começou bem cedinho, ainda antes das 07h00, quando nos reunimos junto à Barragem Marechal Carmona, em Idanha-a-Nova, onde, após uma breve introdução, começámos por seguir o PR2, rumo a Idanha-a-Velha.
Àquela hora matutina, o frio era mais que muito… E a humidade gelava-me as mãos, mas as paisagens valiam a pena tirar as mãos dos bolsos para fazer uma e outra foto…
Apesar de já não chover há uma semana, a Primavera molhada que se tem sentido fazia-se aqui notar, já que o trilho estava “ligeiramente” ensopado!! Mas nada que não nos fizesse sorrir perante os saltinhos e passinhos de dança que íamos dando…
Às 2 por 3 já passávamos para o outro lado da vedação… Uns por cima, outros por baixo, sob as vozes de “apoio” que se faziam ouvir!!
Finalmente em solo mais seco, começámos a avançar a melhor ritmo por entre as flores (habituem-se que vão ver muuuuuuitas flores!!)
E se antes tínhamos passado a vedação para este lado, agora era necessário voltar a passá-la… Mas com ajudinhas assim, até dava gosto passar por baixo da rede!!
Prosseguindo… Lá vamos avançando pelo meio das giestas que pintam de amarelo todo o trilho, pontuado sempre pela água, seja em pequenos regatos, ou albufeiras…
Pelo caminho vamos apanhando com o olhar pequenas flores de vários tipos…
E à medida que o sol vai subindo no horizonte vamos avançando, com uma luz cada vez mais brilhante e bonita, que literalmente nos ilumina e energiza…
No céu desenham-se rastos de aviões que nos sobrevoaram, sem se aperceberem da beleza das paisagens cá em baixo…
E eis que ao virar do trilho nos deparamos com o primeiro vislumbre do rochedo que é Monsanto…
Aqui mais perto, apreciam-se as tremocilhas cá em baixo e as cegonhas lá em cima…
E com o rio Pônsul ali ao lado, já avistamos Idanha-a-Velha, mesmo antes de o cruzarmos sobre as poldras
Isto quando se trata de atravessar rios, cada um atravessa como quer… Quem pode vai de carro, mas quem prefere, também pode molhar o pezinho e fazer uma massagemzinha podal!!!
Chegamos finalmente a Idanha-a-Velha, antiga Egitânia, onde deambulamos por entre o seu património histórico…
Alheias a todo este património histórico, as andorinhas regressam aos seus ninhos construídos desde sempre nestes beirais…
Aguardava-nos ainda uma visita guiada à antiga catedral visigótica de Idanha-a-Velha…
No seu interior podemos apreciar os pormenores de distintas épocas arquitectónicas, como a romana, paleocristã, visigótica, árabe e baixa Idade Média…
Visitamos depois o Lagar de Azeite, com 2 enormes varas de prensagem…
E depois de mais uma voltinha pela antiga povoação, descemos até ao rio Pônsul e à sua ponte romana que fazia parte de uma antiga via que ligava Emérita Augusta a Bracara Augusta…
Deixando o rio e a ponte para trás, seguimos por um caminho florido…
Com a Serra da Estrela como fundo, as estevas parecem emular o branco que coroa o topo da serra, deixando pontinhos níveos sobre um fundo verde… Que maravilha!!!
Mais à frente é o amarelo das giestas que ressalta à vista, contrastando com o magnífico azul do céu e o verde sempre presente… E depois é o roxo do rosmaninho que surge, complementando o dourado da tremocilha, usada como fertilizante natural para fixar o azoto nos solos…
No horizonte surge, cada vez mais perto, o maciço granítico de Mons Sanctus.
Aos poucos vamos sentindo o trilho começar a subir, à medida que avançamos por esta zona rural…
Chegamos então à Capela românica de S. Pedro de Vira-a-Corça.
Passo-a-passo, vamos subindo ao monte santo
E por entre flores e barrocos, passamos por baixo dos Penedos Juntos, e lá chegamos ao alto do Castelo, de onde apreciamos as belas vistas em redor…
Aproveitando as vistas para fazermos o belo do piquenique, de barriguinha bem recheada e olhos contentes, começamos então a descer, tomando o rumo de Penha Garcia…
Chegamos então à Senhora da Azenha, onde fazemos uma breve pausa, repondo energias e observando as cegonhas (e sendo observados por elas também!!)
Retomamos o trilho, olhando Monsanto lá atrás…
Passinho a passinho lá fazemos o caminho… E quando damos por ela, à luz do entardecer, chegamos a Penha Garcia, onde vamos à descoberta do Trilho dos Fósseis, junto às azenhas do rio Pônsul…
As penhas de Penha Garcia brilham ao sol… E no leito do rio avistam-se esculturas que lembram trilobites que por aqui andaram há muitos, muitos, muitos milhares de anos…
E é nas penhas, olhando para cima, que começamos a ver os fósseis…
Visitamos ainda uma azenha, ainda em funcionamento, usando a energia providenciada pela força do rio…
Deixando os fósseis e as azenhas para trás, chega a hora de subir ao castelo e daí apreciar as vistas sobre os penedos e a barragem…
E aqui terminou esta brilhante caminhada. Uma Grande Rota, mais Divertida que Dura – na minha opinião, feita em excelente companhia e com uma valente organização!!
Sem comentários:
Enviar um comentário