quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A 1ª vez em Gredos

Foi no Domingo que fui pela 1ª vez a Gredos.

Pela primeira vez subi uma montanha, a Mira, pela 1ª vez subi acima dos 2000mt, pela 1ª vez andei na neve...

E pela 1ª vez tive aquela magnífica sensação de euforia de atingir o cume e me sentir nas nuvens!!

Foi com um grupo espanhol, de Badajoz, que me decidi a conhecer um cume desta serra. O cume da Mira, a 2343mt de altitude, seguindo a rota dos Galayos, que são, ao que percebi, uns rochedos onde há quem faça escalada.

Partindo de Nogal del Barranco,

Vamos subindo sempre,

Parando nas 2 ou 3 fontes por onde passamos para repor líquidos e forças, e retirar roupa!! Sim que isto das caminhadas tem a sua componente de strip (sem tease!!)

A dada altura, o guia refere que até ao refúgio Victory vamos seguir pela rota clássica, ou seja, por caminhos de cabras!! E elas por lá andavam a mirar-nos...

Chegados ao refúgio, aproveitamos o solinho e as vistas, fabulosas.



E depois, tockandar que ainda só fizemos 1/4 do percurso.

E por tockandar, entenda-se tockasubir!!!

Chegamos à zona da neve... Colocamos as polainas e vestimos os casacos, gorros e luvinhas, que está frio, pois então! A neve não se dá em calor, certo?



E subir na neve foi muito giro... A paisagem revela-se de uma forma tão diferente... A luz reflectida pelo manto níveo que cobre as pedras...



E sempre a paisagem, porque estamos bem alto e por sorte temos uma visibilidade excelente.



E finalmente o cume desejado é atingido!!

Yupiii!!!

Todas as caras esboçam o mesmo sorriso, de quem cumpriu a missão a que se propôs.

E não consigo explicar, como é que depois da dureza que foi subir, literalmente à unha, aquela montanha, a alegria interior que se sente... A paz interior que se sente. Ninguém consegue parar de sorrir...



Distribui-se chá quente e "turrones", junto com um pouco de licor de café, para aquecer mais ainda os ânimos e dar força, para nos despedirmos do cume, porque afinal, a vida continua lá muito em baixo... E ainda a caminhada vai a meio...



E começamos a descida... Por caminhos de cabras, também. Com algumas quedas, bem catitas por sinal, porque foram sobre a neve e ninguém se magoou!! Só se riu!!

E depois de muito penar, lá chegamos novamente ao refúgio!

E daí por trilho marcado continuamos a descer... Mais e mais e mais... até começarmos novamente a ver bosques e a deixar para trás as rochas e a montanha, que nos recebeu tão bem nesse domingo.

Das termas à praia...

Foi já no Sábado que nos dispusemos a fazer esta caminhada, com os Mariolas, um simpático grupo de Torres Vedras, com quem caminhámos pela 1ª vez (e não terá sido a última...)

Saímos das Termas do Vimeiro e arrancámos, sempre junto ao rio Alcabrichel, passando pela Fonte da Rainha Stª Isabel e mais à frente pela Fonte dos Frades.

O nosso guia de serviço, PR, tinha a lição bem estudada e foi-nos apresentando alguns pormenores das termas, nomeadamente o facto de a Fonte do Frade ter sido fechada ao público, depois de alguns caminheiros, após beberem desta fonte terem corrido para trás das moitas mais vezes que o normal!! Hehehe!!! É que esta água para além de outras, tem propriedades diuréticas!

Bom... avançando, começámos a subir, sempre com o rio em vista, rodopiando à nossa volta...

Passámos por moinhos,

...por zonas rurais...

...e fomos subindo aquela serra,

de rocha calcária e belas vistas...

tirando o mastronço do hotel, que está completamente desenquadrado do resto da paisagem...

Sempre caminhando até chegarmos a uma cruz, lá bem no alto, com vista para o Convento de Penafirme.

Diz a lenda e alguns documentos históricos que a cruz ali foi colocada em memória do único frade quase sobrevivente à derrocada do convento em 1755. Aquando do terramoto, houve também um maremoto e só 1 frade, que estaria no exterior, a tratar da horta, é que se apercebeu da onda e desatou a subir monte acima para se escapar à morte certa! Contudo, o pobre frade não aguentou a pressão da subida e tombou (supostamente de ataque cardíaco). Devia ter uma barriguita rechonchudinha e não estaria habituado a estas lides de caminhar...

Enfim, uma vez chegados às ruínas do Convento de Penafirme, pausámos para merendar!! E aproveitou-se para cantar os Parabéns ao mais novo elemento do grupo, que fazia 12 anitos neste dia!

Aproveitou-se ainda para contar mais uma lenda. Em tempos de invasões muçulmanas, um dos frades que estava no exterior apercebeu-se que tinha acostado um navio e que os muçulmanos se preparavam para invadir o convento. Recuando lá para dentro, conseguiram, à base de ancinhos e foices, sem matar nenhum invasor, encurralá-los e submetê-los à rendição. Grandes frades!! Depois disso, foram aclamados e foi-lhes concedido o uso de armas para que pudessem defender o convento!

E depois das estórias e do descanso, foi altura de começar a etapa de retorno, passando pela praia de Stª Rita e de Porto Novo, foz do rio Alcabrichel.

Passámos por um coro de gansos, que ao ver-nos decidiram mostrar os seus dotes vocais e de nadadores!!

A partir daí, foi sempre seguir a pitoresca estrada (com portagem) que acompanha o rio até chegarmos ao início.

E demos por terminado este passeio matinal pelo Vale do Alcabrichel, com a certeza que valeu a pena!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Caminhar em Ribafria... Hei-de voltar qualquer dia!

Caminhámos em Ribafria no sábado passado.


Já estava prometido desde Setembro. O Sr. Presidente da Junta tinha prometido que no final haveria magusto com castanhinhas assadas. E cumpriu!!


E como todos os passeios que têm sido organizados pela CMAlenquer, foi um sucesso!


E este sucesso não se deve somente às paisagens lindíssimas por onde passamos...


...plenas de cor.



Verdes, ocres e vermelhos, próprios da estação...




...ou à proximidade com Montejunto, que nos observa lá do alto dos seus 666mt...



...ou aos bosques de Quercus Lusitanus (passo a expressão) que por lá existem...


Deve-se o sucesso destas caminhadas principalmente à simpatia das gentes deste concelho, e neste caso da freguesia de Ribafria, que nos acolhem com uma simpatia genuína, de quem tem orgulho na sua terra e gosta de a dar a conhecer a outros!



Deve-se também ao nosso guia, que a cada passo nos vai explicando algo sobre esta terra que também é sua, e nos desperta para certos pormenores pelos quais passaríamos sem os notar.



Daí o título deste post... Caminhar em Ribafria, hei-de voltar qualquer dia!


Que também poderia ser: Em Alenquer, caminharei num dia qualquer!!

P.S. - Algumas das fotos (as mais bonitas!) são de JJR. Obrigado!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Caminhadas Caoticamente Soberbas!!!

Foi neste fds que caminhei a primeira vez em perfeito CAOS!


Devo confessar que estava um pouco apreensiva, visto nunca ter caminhado em ambiente caótico, mas devo dizer que isso passou-me logo que chegámos a Dornelas do Zêzere e conhecemos tão caótico grupo! Encaixámo-nos logo!!


O ambiente foi fabuloso, o ritmo muito bom e o tempo estava uma maravilha para caminhar... frio, mas com céu limpo. E a paisagem era avassaladora.



Montes e vales, de verde e ouro vestidos, como que engalanados para nos receberem!



No sábado, fizemos uma valente caminhada (perto de 19km)



que começou nas Minas da Panasqueira, entre algumas explicações pelo nosso guia C.M..



Sempre junto ao rio, fomos dar a uma zona, bem bonita por sinal, onde pudemos avistar algumas figuras rupestres...



uns cavalinhos sem dono que por nós esperavam, gravados nas rochas à beira-rio, perto do Poço do Caldeirão.



Mais à frente, o rio continuava a serpentear e nós no seu encalço, tendo parado na sua margem para uma pequena merenda.



Depois do almoço, tockandar, que se faz tarde e ainda há muito que subir... Foram 3km de subida contínua, uma subida boa, daquelas que quando feita em boa companhia, ainda nos motiva mais a chegar ao topo. E ao topo chegámos! E a vista daí era formidável.


Uma vez recuperado o fôlego, foi tempo de descer, novamente em direcção ao rio...







e a Dornelas,



onde nos esperava um fausto repasto, de couves com feijão e mais qualquer coisa (não percebi muito bem o porquê da massa, mas tudo bem... passou despercebida.)


Em alegre convívio e camaradagem jantámos, dormimos e acordámos, para mais uma caminhada.


Desta vez foi em Orvalho, com a assistência do Sô Presidente da Junta, que na sua pick-up foi apanhando pelo caminho os que estavam mais cansados (talvez das castanhas e geropiga da véspera!!)



Tivemos ainda duas moças da terra, que nos guiaram por bons e lindos caminhos. Locais fantásticos, lagoas e cascatas, por onde fluia um ribeiro e cujo curso fomos acompanhando, sempre rodeados de uma imensidão esmeralda...


E para ajudar tivemos também as explicações de 2 geólogos, que nos foram informando de como tudo aquilo se formou.


Mais à frente, subimos ao miradouro do Mosqueiro, mas de carro, porque a subida, por enquanto, ainda é feita pela estrada de alcatrão (mas já se está a preparar um trilho para inaugurar no próximo ano)


A vista era fabulosa! Serra da Estrela a um lado, Serra da Lousã para outro... Tudo arranjado, arborizado, jardinado... Daqueles locais que Orvalho se pode e deve orgulhar de ter criado, de forma a contemplar a beleza que a rodeia.


Descemos, almoçámos, convivemos e regressámos...


Mas com vontade de lá voltar e almejando reencontrar este grupo caótico que nos fez sentir como que da casa, apesar de ser a primeira vez que nos encontrávamos.


Um bem-haja e até uma próxima!


E que a organização seja tão caoticamente soberba como desta vez!