Em dia da Implantação da República, decidi por botas ao caminho e fui até Sintra fazer um dos meus trilhos favoritos, com um pequeno “twist”. A ideia era tentar juntar este trilho a uma parte de um dos Mariolas, que passa nos cedros que homenageiam os 25 Soldados falecidos em 1966 num incêndio.
E assim foi que parti da Barragem do Rio da Mula, upa, upa sempre a subir, embora desta vez por um caminho diferente do usual, em que a subida é menos íngreme, ou seja em vez de ir em frente, virei à direita e um pouco adiante, virei à esquerda pelo meio das árvores.
Lá mais à frente apanhei o trilho das Minas e subi por ali acima, notando esta arcada meia escondida na vegetação.
As urzes floridas davam alguma cor ao caminho, à medida que ladeava a Pedra Amarela, experimentando um outro trilho.
Rumando à Peninha, parei por uns instantes junto a esta fonte onde a água corria, fresquinha e em bica… E aproveitei para “cheirar as flores”… Neste caso as chamadas de “Amaryllis Belladona” ou Beladona Falsa, também conhecidas por “Meninas para a Escola”, por surgirem precisamente em Outubro – a altura em que antigamente as meninas (e os meninos também) começavam as aulas.
Continuando a subir, chega-se à Peninha e aprecia-se a vista sobre o mar…
Aproveitei também para visitar a Ermida de São Saturnino, onde no séc. XII, D. Paio Peres signifer e companheiro de D. Afonso Henriques, depois da morte do monarca solicitou a D. Sancho I autorização para se isolar na dita ermida.
As paredes despidas não lhe retiram um certo misticismo que ainda por ali perdura, na luz que penetra nas aberturas e janelas…
Dou a volta pelo lado esquerdo da ermida e entro num belíssimo trilho que penetra no denso bosque que por aqui floresceu… Da última vez que aqui estive havia muitas árvores tombadas devido a um temporal de Inverno. Agora ainda há algumas, mas o trilho está limpo e vale mesmo a pena percorrê-lo até desembocar junto a um parque de merendas rodeado por árvores fabulosas…
Normalmente neste ponto costuma-se virar para a esquerda e ir até Adrenunes, mas hoje apeteceu-me ir logo para o lado direito, metendo por um estradão, onde deu para rolar por entre pilriteiros carregadinhos de bagas vermelhas (pilritos).
À medida que avançava, passando pela Quinta da Urquinha, a Peninha surge ao longe, montada no seu penedo…
O trilho leva à estrada junto ao sítio onde se vira para a Peninha e aí toma-se o alcatrão por uns metros até virar para a esquerda e apanhar novo estradão que conduz ao Tholos do Monge. O trilho, ligeiramente a subir, permite rolar com facilidade, apreciando as plantas que com as suas bagas cobrem os troncos de árvores alheias… E adiante, avista-se a casa florestal da Pedra Amarela e á por trás o Tejo e como pano de fundo a Serra da Arrábida.
Passo a passo sobe-se o trilho e chega-se a mais um local místico… O Tholos do Monge e o seu marco geodésico a 491m de altitude.
Sai-se de lá por um túnel de árvores e volta-se a entrar no bosque denso que com mais umas voltinhas me leva até ao Memorial dos Soldados.
Daqui tentei então apanhar o tal trilho que levaria aos ciprestes, mas este encontrava-se muito fechado… Então acabei por optar pelo trilho original que, ao descer até à zona dos Capuchos presenteia quem por lá anda com magníficas vistas do Palácio da Pena e do mar…
Já perto dos Capuchos observa-se cá de baixo a cruz que marca o Memorial dos Soldados e, pelo Trilhos das Pontes constata-se que o Outono já chegou… E os cogumelos também!!
Depois de passadas as pontes de madeira que permitem passar sobre a ribeira da Mula que marulha à medida que por ela passamos, chega-se finalmente à Barragem onde a ribeira desagua.
Um belíssimo passeio que, por muitas vezes que o faça, nunca deixa de surpreender e ser diferente a cada passo que por lá se dá.
... e quantas horas demorou?
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