domingo, 18 de março de 2012

Tockandar de Manteigas ao Covão d’Ametade e voltar… (ou não!)

Acedi ao convite de uma das pessoas mais Fantásticas que conheço para irmos fazer uma caminhada na Serra da Estrela com o GDAMO. A ideia passava por sairmos de Manteigas até ao Covão d’Ametade, onde seria deixada uma viatura com o equipamento e material para acamparmos por lá nessa noite; no dia seguinte, depois das tendas desmontadas, regressaríamos a Manteigas.

E assim foi… Ou quase!! Passo a explicar:

Na 6ªF, lá saímos de Lisboa rumo à Covilhã, com o carro cheio de tralha para acamparmos no dia seguinte no Covão d’Ametade, (incluindo a nossa arejada tenda de campismo – ideal pr’o Inverno… ou não!!). Mas antes parámos no Kabras – um restaurante muito típico, ali para os lados de Ortiga. Contudo, quando lá chegámos as luzes estavam apagadas e a porta fechada… Lá tivemos nós de ir até à capital do presunto – é Mação, pra quem não saiba!! – ao restaurante Kabras II – uma versão menos estilizada do Kabras.

Depois de uns petiscos e umas açordas, lá saímos mais bem dispostos direitos à Covilhã, onde ficámos alojados no Hotel Santa Eufémia. De realçar aqui que este hotel, apesar de só ter 2 estrelas, foi uma excelente e agradável surpresa, tendo em conta a relação qualidade-preço, a simpatia com que fomos acolhidos e o conforto dos quartos e pequeno-almoço. Um excelente alojamento onde ficar, a caminho da Serra da Estrela!!

Portanto, depois de uma noite bem dormida, lá rumámos nós ao Covão d’Ametade, onde esperámos pelo resto da malta.

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O espaço do Covão d’Ametade é belíssimo, apesar do lixo espalhado (certamente por animais famintos) não dar propriamente o melhor cartaz de boas vindas…

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Mas uma vez transposto o portão, avançamos por uma autêntica catedral, onde o pináculo é o Cântaro Magro… E damos por nós num local encantado (e encantador), onde a musicalidade do Zêzere nos envolve os sentidos…

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Depois do local devidamente apreciado, e de toda a gente ter chegado, rolámos até Manteigas, onde começámos finalmente a caminhar!!

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O dia estava cinzento… A previsão era de chuviscos a partir da tarde (para Manteigas)…

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Mas os ânimos estavam bem coloridos e animados!!

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E, com mais ou menos brincadeira, lá fomos seguindo o trilho, através de um estradão ladeado por árvores ainda vestidas de Inverno…

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Mais à frente, fizemos um desvio do estradão, seguindo o PR4, rumo à Nave Mestra…

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Continuámos o nosso rumo, pela magnânima paisagem da Serra da Estrela…

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Mas conforme começamos a subir, a chuva começa a cair… A temperatura começa a descer e o nevoeiro também!! Guardo a máquineta das fotos e equipamo-nos todos para a chuvada que aí vinha!! Todos equipados, lá avançámos, serra a dentro, sob uma saraivada de granizo, que mais parecia um apedrejamento!! A dada altura o frio era tal que dei por mim com o queixo meio congelado!! Já não conseguia falar em condições!! LOLOL!! Subi o buff de merino até ao nariz e tockandar que é mesmo para aquecer!!!

No meio do nevoeiro, lá descortinámos a Nave da Mestra, onde nos abrigámos dentro do que outrora teria sido a casa de férias do Juiz Dr.Matos… Obrigada Sô Dr. Juiz por tão belo abrigo!! Foi hora de sacudir e secar um pouco as roupas, e comer as coisinhas boas que trazíamos nas mochilas!!

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Depois, re-equipámo-nos e fizémo-nos ao caminho!! Havia que subir a fenda que caracteriza este local.

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Uma fenda escura, escorregadia e muito estreitinha, como podem ver nas fotos acima, tiradas da net!!! Nada adequada a quem tem costas largas, ou leva mochilas grandes, como o RR que ficou meio entalado e teve de recuar e passar de lado!! Foi uma risada!! Pois… Não há fotos do entalanço, né? A chuva não o permitia!!

Continuámos, sempre a subir até ao marco geodésico do Piornal, a 1753m de altitude. O nevoeiro era muito intenso nesta altura e o AN – o excepcional guia desta actividade, decidiu (em boa hora) que o melhor seria começarmos a descer… Momentos depois, já conseguíamos ter visibilidade e a chuva parecia começar a parar…

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E pouco depois, no meio do trilho onde a neve pousava, fomos brindados com um magnífico arco-íris… Como se a Serra nos estivesse a dar tréguas e nos mandasse recolher em segurança…

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Não sei se, por estar a olhar para o arco-íris, ou a pensar na morte da bezerra, pus a botinha numa laje mais escorregadia e zuca! aí vai ela!! Catrapumba pró meio do chão!! Lá me levantaram… O orgulho estava ferido, o rabiosque dorido, mas o que me preocupava mais era o cotovelo que na rocha tinha batido… Doía!! Mas à partida, partido não estaria!!! Era mais o chamado: dói, incha, desincha e passa!! Por isso, tockandar que já falta pouco para chegar!!!

Chegámos ao Covão d’Ametade pelas 16h30. Alongámos e vimos os estragos… Dor de cotovelo é tramada e não daria para ficar ali no Covão d’Ametade a acampar… Assim, enquanto uns montavam já as tendas, outros foram buscar os carros que tinham ficado em Manteigas.

O frio descia ao Covão depois do sol desaparecer por trás do Cântaro Magro… E a humidade que vinha do rio começava a gelar-nos!! Andava ali tudo aos pulinhos e a correr, literalmente para não arrefecer… E a malta dos carros que nunca mais vinha!! Bom, os que não ficariam a acampar, meteram pernas ao caminho, rumo a Manteigas pela estrada que acompanha o seu belíssimo vale…

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Minutos depois cruzámo-nos com os carros e lá fomos até Manteigas à procura de poiso… Acabámos por ficar alojados (e muitíssimo bem, diga-se de passagem) no Hotel Berne. Antiga albergaria, este é um hotel muito acolhedor, com quartos muito confortáveis e quentinhos!!!

Depois do belo duche, descemos e jantámos no Hotel. E recomenda-se o restaurante do hotel, com gastronomia local, muitíssimo bem executada e servida, com sabor caseiro, sobremesas inventivas e deliciosas e uma lareira muito acolhedora!! Tudo bem regado, com vinho da região, claro que só podia dar em sorrisos destes!!!

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Brindámos aos companheiros que tinham ficado a acampar no Covão d’Ametade, esperando que a noite deles estivesse a correr bem…

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E a esse outros brindes se seguiram, anestesiando o meu cotovelinho!! De tal modo que, enquanto uns já descansavam nos confortáveis cadeirões junto à lareira, ainda jogámos uma partidinha de “sinuca”!! ;)

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Depois de uma repousante noite, embalados nos braços de Morfeu, acordámos recompostos e muito bem dispostos. Depois de um belíssimo pequeno-almoço, rumámos ao Covão d’Ametade, questionando-nos como estaria o resto da malta… Encontrámos metade do grupo de carro, enquanto a outra metade já descia a pé o Vale do Zêzere, vestido de branco…

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A noite tinha sido quentinha (benditos sacos-cama!!) mas algo barulhenta. O vento tinha uivado toda a noite… E a neve e o granizo tinham caído, com um ruído que se assemelhava a animais que por ali andassem aos encontrões às tendas!! Com a nossa tenda de Verão arejada, teríamos tido uma noite para esquecer!!! Abençoada queda!! ;)

Com o grupo dividido, regressámos à bonita vila de Manteigas, onde demos uma voltinha, enquanto aguardávamos pelo resto da malta caminheira!!

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Acabámos depois por regressar ao Hotel Berne, onde comemos um lauto (e uma vez mais) delicioso almoço, revendo as típicas Feijocas e as suas Migas, a Truta de Manteigas, o Cabritinho Assado, ou o Bacalhau com Broa, que fizeram as delícias da rapaziada!! ;)

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E assim nos despedimos da Serra da Estrela, da simpática malta do GDAMO e de uma belíssima actividade, muito bem conduzida por quem sabe (e muito) desta coisa de andar em segurança na montanha.

Grata pela companhia!! E até uma próxima, tockandar!!!

2 comentários:

  1. Sandra, belo relato de uma bela caminhada ... e da respectiva componente gastronómica... :)
    Conheço a Nave da Mestra e a respectiva fenda, a lembrar a da Calcedónia, no Gerês.
    Espero que o teu cotovelo se tenha recomposto depressa.

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  2. Olá Zé Carlos!!
    Já desinchou e já passou!! ;)
    Foi uma bela caminhada, mas o S.Pedro toldou-nos um pouco o caminho, ainda assim belo...
    E a componente gastronómica foi realmente uma delícia!!
    Beijinhos!!

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