sábado, 21 de janeiro de 2012

De Torres Vedras ao Socorro… Caminhada interrompida…

Estava um dia magnífico… Um sol maravilhoso pairava no horizonte quando chegámos ao Forte de S.Vicente, permitindo-nos avistar ao longe o nosso meio-objectivo... A Serra do Socorro.

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Entusiasmados, ouvimos as explicações sobre os locais por onde iríamos passar, bem como a forma como as comunicações eram transmitidas através de um telégrafo entre a Serra do Socorro e os vários fortes das Linhas de Torres.

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Partimos sem demora, descendo pela “saída dos fundos”, rumo a Torres Vedras, passando a Capela do Ameal, com a sua torre sineira gótica.

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Em passo rápido, atravessámos a urbe de Torres Vedras…

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Entrando, pouco depois, num espaço mais natural, passando o aqueduto e indo dar a um vale encantado…

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As gotas de orvalho pendiam das árvores, como diamantes, a reluzir ao sol matinal…

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Um sol que nos enchia e iluminava o Vale de encantos…

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Seguimos pois por este vale, seguindo o curso do Sizandro até chegarmos às Termas dos Cucos. Agora desactivadas, foram em tempos um complexo termal que aliviava quem sofria de maleitas dos ossos e articulações…

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Deixámos as termas para trás, seguindo um belíssimo trilho, ao longo do rio Sizandro…

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Parando para visitar um antigo forno de Cal, onde hoje as árvores crescem numa mancha de verde luxuriante…

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Mais à frente, encontramos o que resta de algumas azenhas que outrora usavam a força do rio em proveito humano…

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E continuamos a nossa viagem…

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Observando a paisagem…

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E aproveitando para observar as flores… Avincas, que aqui crescem, orvalhadas, junto ao rio…

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Cruzamos a linha do Oeste, com jeitinho, pois este troço ainda não foi desactivado, observando ao longe o túnel dentro de um túnel, dentro de um túnel… Como aquelas matrioshkas russas…

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Seguimos o nosso trilho que nos conduz através de paisagens  belíssimas, onde o verde e o azul competem pela companhia dos ocres e dos castanhos e dos brancos…

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Mais à frente, um campo onde a amarela flor de trevo (azeda) é rainha… Ninguém resiste a trazê-las para casa (via foto, claro está!)

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E tockasubir, que no regresso viremos por ali…

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Após a subida, fazemos uma breve pausa para reagrupar e cheirar as flores… É o melhor que a vida traz… Aproveitar os momentos.

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E depois, pé novamente ao trilho… Passando lagoas, campos abertos e bosques…

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Aproveitando o magnífico sol, vamos caminhando, soltando o passo, sorrindo…

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Observando um antigo moinho, com vista para os moinhos de vento actuais…

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Observando a paisagem, imaginando o que foram em tempos aquelas terras… A quantidade de gentes que por ali cuidava da terra que deles cuidava…

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Restam hoje ruínas, lembranças de uma era perdida no tempo, por onde passamos alegremente…

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Um cavalinho observa-nos ao passarmos por ele… Observamo-lo nós também, a crina brilhando à luz do sol, o porte bonito, o olhar um pouco triste (talvez por não poder seguir connosco)…

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Observo também à minha frente a saudável picardia de quem caminha a par… e passo…

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Brincando alegremente e sorrindo à Vida! Que bom é caminhar assim, de mão dada com quem nos quer bem!

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Passamos os campos vestidos de verde e amarelo… Não, não são referências ao Brasil, mas à flor de trevo que nesta altura do ano, desponta para o sol, abrindo as suas pétalas de par em par, como que a reflectir a sua luz…

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Uns passos mais à frente e outras flores captam a minha atenção… Margaridas roxas…

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E um pequeno caracol que usa uma pétala para se abrigar do sol…

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E após uma pausa para repor líquidos e energia, começamos a subida, com vista para a Serra do Socorro, lá no alto…

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Infelizmente não chegámos a concluir esta subida… A caminhada ficou assim… interrompida.

In memoriam...

A ela voltaremos certamente um dia para homenagear o companheiro Fernando que ali nos deixou, partindo cedo demais, enquanto fazia algo que gostava, entre amigos e no meio da natureza…

Pensei várias vezes se haveria ou não de publicar esta foto-reportagem… O final abrupto foi muito duro para todos os que nela participámos…

Contudo, acabei por me decidir por publicá-la… Como forma de lembrar o quão frágil, mas bela, a Vida é… E o quanto vale a pena Vivê-la…

Dedico esta foto-reportagem à memória do Fernando… Requiescat in pace.

2 comentários:

  1. Sandra, fizeste bem em te decidires por publicar, o Fernando, onde quer que esteja, gostou por certo e de cada vez que caminhares, de cada vez que caminharmos, ele lá estará, a ver-nos e a olhar por nós...rip...

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  2. Parabéns pelo blog, de que muito gostei, do pouco que já vi. E hoje, ao ouvir-vos falar sobre a morte de um companheiro, não fazia a mínima ideia que tinha sido há tão pouco tempo e numa caminhada! Parabéns portanto também pela coragem em publicar à mesma a foto-reportagem, à memória do companheiro desaparecido.

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