domingo, 24 de agosto de 2008

Os Montes Hermínios no Verão...



Regressados de 2 dias muito bem passados nos Montes Hermínios, vulgo Serra da Estrela, fica um balanço extremamente positivo.



A Serra, de Verão recomenda-se e muito!




Desta vez o S.Pedro esteve bem disposto e enviou-nos um solinho maravilhoso e uma visibilidade fabulosa, que nos permitiu aproveitar ao máximo a Serra.




Ficámos desta feita na Estalagem Varanda de Carqueijais, num quartinho muito giro com uma vista deslumbrante para o vale que dá para a Covilhã. Víamos a Serra da Gardunha e um pouco da Serra da Malcata, e Espanha lá ao fundo...



Devo dizer que não levávamos grandes expectativas, mas a estalagem surpreendeu-nos pela positiva. É óbvio que no restaurante ainda há alguns pormenores a limar, alguns funcionários a relaxar mais, mas no global vale a pena visitar a Estalagem. A decoração foi renovada, tem algumas peças de design; o bar é acolhedor e a esplanada tem uma vista tremenda. A piscina pareceu prometedora, mas não chegámos a usufruir... Falta de tempo...




Sim, porque passámos o tempo a descobrir a serra, com a ajuda do Manuel Franco - que está à frente do departamento de animação da Turistrela, e é um guia formidável.




Dia 20, de manhã, fizemos o Passeio das Lagoas, graças ao GPS do Manuel.





Quando finalmente chegámos à Torre, foi só buscar água para voltar a descer, desta feita até ao Cântaro Magro, ao qual ascendemos, com muita pinta!!!



Vale mesmo a pena!

Ao subir, encontramos o rosto de um índio desenhado na pedra, que nos contempla, com o seu ar sábio, guardando o caminho...

A ascensão não é tão difícil quanto parece, mas recomendo vivamente um guia, porque o trilho apesar de ser intuitivo não está marcado e o piso é um bocadinho assim pró aventureco!!



Quando se lá chega acima e se avista tudo em redor, a Torre, o Covão da Ametade, o Vale do Zêzere, os outros Cântaros à volta, sentimos mesmo que vale a pena...

E depois de uma pausa para contemplação e claro, muitas fotos, começa a descida... Hehehe!!!
E depois a subida, novamente para a Torre...

Bem, foi um dia em cheio...
Dia 21, dia de regresso, mas muito bem esmifradinho!!

Sim, de manhã fizémos uma pequena parte do passeio Vale e Cântaros, que parte do Covão da Ametade e sobe até à Lagoa dos Cântaros, onde vimos um javali!!


E daí subimos um pouco mais para ver o Vale da Candieira e depois regressar pelos antigos trilhos dos pastores, cavados na rocha.

Vêm aquela pedrinha lá em cima que parece estar suspensa num só ponto? Sim, foi mesmo aí que estivemos!!! Se valeu a pena? Atão não...!
E ainda não acabou, obviamente que tivemos de fazer o check-out, mas depois como ainda tinhamos muito tempo para matar, deixámo-nos ir, acompanhando o Zêzere no seu vale...


...até ao Poço do Inferno



...e daí para Manteigas,



...ver o viveiro das Trutas...



...de Manteigas, subimos às Penhas Douradas...



...e depois descemos até Seia, onde fomos ao Museu do Pão!



Ora aí está mais uma boa surpresa!
E o melhor mesmo é, para quem consiga, visitá-lo no final do dia!
É que não há confusões nenhumas e temos as exposições todas só pra nós!


Primeiro entramos no mundo fantástico do Pão, com maquetes e bonecos bem coloridos, que demonstram a miúdos e graúdos todas as etapas de fabrico do pão. O que é pena é que só os miúdos é que podem meter mãos à massa... Uma maneira de os manter ocupados enquanto os pais visitam o resto do museu...








Têm depois uma exposição mais didática, mas nem por isso menos interessante, onde se encontraram algumas pérolas, e só me vinha à cabeça aquela música "De manhã eu bou ó pom!" dos Trabalhadores do Comércio (http://www.youtube.com/watch?v=rlJIhOHNL4g)









Têm também uma exposição que revela a importância do pão de um ponto de vista social, político e religioso, bem como algumas estórias da história em volta do pão, com bastantes sátiras políticas do Rafael Bordalo Pinheiro e do seu Zé Povinho!









Para quem lá pretenda jantar ou almoçar, o restaurante não é mauzinho! Funciona com um buffet de entradas e sobremesas, pelo que convém reservar mesa para cedo. A comida é boa, apesar de o javali já ter chegado um pouco frio à mesa, o robalinho grelhado que o antecedera estava muito bom! Só teve um senão... muito tempo à espera da conta e o restaurante nem meio estava... Imagino como será quando estiver completamente cheio...



Mas saímos de lá satisfeitos e regressámos com a sensação de missão cumprida.



Desta vez a serra deixou-se ver e é linda!

1 comentário:

  1. é com um prazer enorme que vejo que a Serra também vos marcou. parabéns pela reportagem que poderá servir para que mais alguns fiquem com o bichinho (que nos roi cá dentro) e venham descobrir a Serra da Estrela em toda a sua plenitude e imensidão.

    já agora e porque isto da Serra já foi marcando muitos ao longo do tempo deixo-vos um peuqueno excerto de um texto de Miguel Torga:

    Miguel Torga, pseudónimo do médico Adolfo Rocha.
    12 de Agosto de 1907 / 17 de Janeiro 1995


    Serra da Estrela

    "Alta, Imensa, Enigmática,
    A sua presença física é logo uma obsessão
    Mas junta-se à perturbante realidade, uma certeza mais viva: a de todas as verdades locais emanarem dela.
    Há rios na Beira? Descem da Estrela
    Há queijo na Beira? Faz-se na Estrela
    Há roupa na Beira? Tece-se na Estrela
    Há vento na Beira? Sopra-o a Estrela
    Tudo se cria nela,
    Tudo mergulha as raízes no seu largo e eterno seio.
    Há energia eléctrica na Beira ? Gera-se na Estrela.
    Tudo se cria nela, tudo mergulha as raizes no seu largo e materno seio.
    Ela comanda, bafeja, castiga e redime.
    Ao contrário de outras serras, o Marão e o Caldeirão;
    a Estrela não divide: concentra.
    ( … ). Se alguma coisa de verdadeiramente sério e monumental possui a Beira, é justamente a serra.
    ( … ) Há nela as três velhas dimensões necessárias a um tamanho: comprimento, largura e altura. ( … )
    Somente a quem a passeia, a quem a namora duma paixão presente e esforçada, abre o coração e os tesouros. Então, numa generosidade milionária, mostra tudo. ( … )
    Revela, sobretudo, recantos quase secretos de mulher."

    Miguel Torga / A Beira in Portugal

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