Hoje foi dia de voltar a descobrir a Serra de Sintra, ou como lhe chamavam os Romanos - Mons Lunae.
Quando chegámos à Barragem do Rio da Mula, o parque de estacionamento estava cheio… Parecia que toda a gente se tinha lembrado de vir para a serra neste dia… Mas lá conseguimos arranjar um buraquinho e partimos para o habitual trilho, subindo, subindo até ao parque de arborismo. Aí virámos à direita e notámos ao longe um grupo de caminheiros a vir na nossa direcção. Quando nos cruzámos com eles foi engraçado rever várias caras conhecidas de Amigos de outros Trilhos e claro foi a festa! Mas uma festa rápida, que aquela malta estava apressada!
E nós continuámos tranquilamente, pelo Trilho das Minas, seguindo o rasto dos cogumelos, que nos levou numa valente subida, de belas panorâmicas, até à Pedra Amarela.
Uma vez aí, fizemos uma breve pausa para apreciar a paisagem e para a foto de grupo, quer dizer, de trio! Um trio bem divertido! E estava eu à procura de sítio para posicionar a maquineta quando aparece um grupinho de “trailers” a correr monte acima! É que nem os deixei respirar – “Oh, tu aí, não nos tiras uma foto?” E foi tão rápido como 2 passos de corrida!! O moço tirou a foto, engoliu duas lufadas de ar e aí foram eles, que não há tempo a perder.
Tranquilamente, descemos da Pedra Amarela, encontrando um par de ciclistas – companheiros de caminhada e entrámos depois num estradão rodeado por magníficas árvores, rodeadas por musgo, rodeado por heras, que nos puxam o olhar para o cimo das suas copas e para o céu… Tranquilamente, apreciámos cada passo deste belo caminho… Tranquilamente bebemos cada trago deste ar puro… Tranquilamente colhemos cogumelos, folhas e as pequenas flores que nos rodeavam, trazendo as suas cores e formas connosco…
E seguimos bosque a dentro, bosque a fora, subindo agora o trilho empedrado que nos leva à belíssima Peninha!
Peninha, local de mitos e lendas, onde outrora a imagem da “virgem” teria aparecido a uma pastorinha… Peninha por ser a menor das várias Penhas da Serra (Ferrim, Pena, Longa e Verde)… Peninha, da Ermida de S.Saturnino (séc.XII), à Capela (séc. XVII) e ao Palácio (séc. XIX)…
Peninha, de largos horizontes, de vistas a perder de vista, de Norte a Sul e a Oeste…
Parámos na Peninha para uma breve refeição… E também aqui vieram ao nosso encontro 3 “trailers”, dois deles nossos conhecidos de outros trilhos… Mais um encontro apressado, de quem precisava de partir, praticar, treinar, para outros objectivos alcançar…
Tranquilamente, apreciámos o nosso lanche e olhámos o horizonte… Tranquilamente respirámos fundo este ar tão puro e frio, soprado a vento, com aroma a serra e mar…
Descemos da Peninha pelo carreiro de um bosque encantado, onde quase conseguimos descobrir fadas e duendes que se escondem no verde… Rumamos a uma lagoa que nas suas águas paradas cria a ilusão de um manto verde e sólido… Seguimos o trilho que nos leva à estrada da serra e abraçamos a árvore de mil braços…
E agora? Vamos a Adrenunes, ou seguimos já para o Tholos do Monge? Assim como quem não quer a coisa, optamos pela segunda opção, ou não estivéssemos já de olhos postos na sandes de salmão que nos esperava no final da caminhada!!! Mas pelo caminho, ali ao pé do parque de merendas encontramos um baloiço… sozinho… abandonado… E claro, com muita alegria, logo nos voluntariamos para lhe fazer companhia por um bocado…
Rumo ao Tholos do Monge, lá nos voltamos a cruzar com o grupo de Amigos do Trilho… E uma vez mais aproveitamos para trocar sorrisos com eles… Não, não é a serra que é pequena… Somos nós que somos grandes… E andamos em círculos!!!
Chegamos ao Tholos do Monge e, após uma breve paragem técnica, logo enveredamos pelo meio do bosque do Monge até à Clareira dos Druidas – claro que o nome é “inventado” por nós, mas não será muito difícil de imaginar um círculo de druidas, com o caldeirão ao meio, cozinhando uma “poção mágica” (ou seria sopa de abóbora? )
O facto é que se sente algo de especial neste local, seja pela disposição das rochas, seja pelo majestoso verde que as rodeia, seja pela luz que passa no meio da folhagem e a nossa imaginação incendeia…
Continuamos palmilhando bosque a fora, seguindo o rasto dos cogumelos, que nos leva até ao Memorial dos Soldados…
Daqui, apreciamos as fantásticas vistas em nosso redor… Palácio da Pena, a bossa de Montejunto em segundo plano e os torreões do Palácio de Mafra surgem em nosso redor…
Depois das vistas apreciadas, relembramos com nostalgia e entre valentes gargalhadas, como se joga à macaca…
Descendo até aos Capuchos, dirigimo-nos agora, por entre flores de acácia que parecem brotar por todo lado, para o Trilho das Pontes…
São 26 (sim, contámo-las todas!) as pontes de madeira que cruzam a ribeira da Mula que canta a sua melodia até desembocar na albufeira da Barragem, a juzante…
Mas para além das acácias e da ribeira e das pontes, este trilho também serve de palco para um desfile de cogumelos… E é vê-los surgirem por todos os cantos, de vários tamanhos, cores e formas…
O cenário que percorremos é de uma beleza admirável, de uma serenidade respirável, de uma tranquilidade memorável…
E imbuídos deste espírito tranquilo terminamos a nossa caminhada de (re)descoberta do Mons Lunae, tal como a ribeira da Mula, nas margens da albufeira da Barragem sua homónima…
Venham mais caminhadas tranquilas assim… E tockandar!!!
Bom dia
ResponderEliminarBom dia! Antes de mais parabéns pelo blog. As fotografias e o seu texto estão fantástico qe dáo uma enorme vontade de realizar esses caminhos também. Será possível disponibilizar o mapa do trilho completo? Com os melhores cumprimentos,
ResponderEliminarTiago Pereira