terça-feira, 7 de maio de 2013

Tockandar pra Santiago – 6ª Etapa: De Cea a Castro Dozon

Mais um dia, mais uma etapa… Desta vez separam-nos 20km do próximo albergue, em Castro Dozon. Mas esta etapa ficaria marcada pela passagem e visita ao Mosteiro de Oseira… Imperdível!!

Vamos ao relato!!

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Mais um dia a levantar cedinho, repor energias, curar mazelas, tratar dos pezinhos e tockandar que o caminho por nós está a esperar!!

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Deixámos a aldeia de Cea, conhecida pelo seu tradicional (e muito bom!) Pão de Centeio e às 08h30 da matina a aldeia ainda dormia, enquanto passávamos na praça e pela estátua que homenageia as padeirinhas locais…

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Começamos a subir e chegamos ao local onde o caminho se divide… Para a esquerda é o caminho mais directo e para a direita é o caminho que desvia pelo Mosteiro de Oseira… É para lá que vamos… Ultreia & Suseia!!

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O caminho apresenta-se-nos molhado, o tempo húmido e chuvoso… Mas os bosques frondosos e o trilho que os atravessa revela-se de uma beleza cativante e irresistível que caminhamos com um permanente sorriso nos lábios…

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Moitas de giestas cercam-nos por todos os lados… Ora brancas, ora amarelas, fazem parte desta paisagem e à medida que por elas passamos somos “chicoteados” pelas suas ramagens cobertas de orvalho… Ui que refrescante!!

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No chão vemos marcas de rodas de carros que por aqui passaram em tempos idos… E lembramos a quantidade de gente que já calcorreou estas pedras, estes trilho e que apreciou estes fabulosos bosques…

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Jacintos surgem por entre as giestas, complementando as suas cores e ao virar de uma curva, passando o ribeiro, encontramos sinais de civilização sob a forma de uma igreja… Oseira está perto…

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Continuamos seguindo os símbolos de Tiago, cruzando-nos com dezenas de lesmas que também cruzam a estrada (tal como a galinha, também querem chegar ao outro lado)!! E eis que ao virar da esquina, o Mosteiro de Oseira aparece… Imponente!!

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Avançamos para o Mosteiro, procurando o albergue que aqui se situa… Contudo, este já está fechado… Afinal já são quase 11h00.

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Dirigimo-nos ao mosteiro, na esperança de o conseguirmos visitar… Majestoso e imponente, é assim que este conjunto arquitectónico se revela…

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Com uma fachada sóbria que nos puxa o olhar para cima, imaginamos o poder que dentro destas paredes existiu outrora… No tempo das Inquisições…

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Mas, depois de décadas de abandono (entre o séc. XIX e os anos 20 do séc.XX), o que se sente neste local é uma enorme paz, tal como vem descrita neste painel colocado à entrada…

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Ora estava eu olhando o painel, e tentando perceber se o mosteiro estaria aberto para visitas quando me aparece um monge, pequenino, idoso, meio curvado que me cumprimenta com um sorriso… Apresentei-me e disse que éramos um pequeno grupo de peregrinos portugueses que gostaríamos de visitar o mosteiro se fosse possível. O senhor monge, abriu o sorriso e apresentou-se com um valente aperto de mão. Era o Frei Luís e iria haver uma visita dali a 10 minutos. Apesar de não podermos tirar fotos, a visita valeu a pena!! E safou-nos de apanhar uma molha daquelas mesmo valentes pois, enquanto estávamos protegidos sob as cúpulas seculares do mosteiro, caiu uma carga d’água daquelas mesmo à séria que nos teria deixado ensopadinhos até aos ossos!!

Depois da visita, enquanto visitávamos a lojinha do mosteiro, cheia de coisinhas mimosas feitas pelos monges, aparece novamente Frei Luís que, sorrindo, fez questão de nos oferecer uma pintura de sua autoria… Afinal Frei Luís é o pintor do Mosteiro de Oseira e tem quadros lindíssimos.

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Depois da bela visita, aproveitámos um barzito local para almoçar e “remendar” os pezinhos do Ricardo!!

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E depois, já refeitos, tockandar pelos verdes trilhos da Galiza!!

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Depois de 20km de caminho muito molhado, chegamos finalmente a Castro Dozon e ao seu Albergue Municipal!! Um espaço que teria tudo para ser um fantástico albergue se estivesse mais limpo e se o hospitalero fosse mais gentil com os peregrinos!! Mas não se pode ter tudo!! E o que se teve já não foi mau!! Até piscina existe ali mesmo ao lado!! Ai se o tempo estivesse bom…

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Enquanto as roupas secavam, deu para descansarmos… E até deu para secar as botas com o secador!! Sim, com o secador!! Que grande jeitinho deu nesse dia!! Hehehe!!!

Ainda fomos até Dozon, mas pouco havia aí para ver, para além da igreja e muita (mesmo muita) bosta de vaca por todo o lado. Este é um local muito rural e fiquei com a impressão que haveria por ali tantas (ou mais) vaquinhas, quanto pessoas!!

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Como o tempo estava bera para andarmos a passear, jantámos o costumeiro Menu do Peregrino. Como postre, para surpresa da moça que nos atendeu, o Ricardo pediu mais um filete!! Claro que deu risada!! E a seguir a um xupito, fomos descansar… Amanhã haverá mais!!! E tockandar!!!

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