Depois do fantástico reconhecimento na Ota da véspera, hoje era altura de fazer uma bela caminhada, entre 2 Palácios… O da Vila de Sintra e o de Mafra. Vimos a proposta da empresa Geosphera que nos pareceu aliciante, num dia que se previa solarengo e frio (aliás como os que vimos tendo em Janeiro). E à hora marcada, lá nos encontrámos, depois de um travesseirinho, em frente ao Palácio da Vila.
Antes de partirmos, pudemos observar a saída dos atletas presentes no “Treino-Prova-Corrida” do Fim-da-Europa, feita por carolice e mostrando que quando se quer correr (por gosto) não são necessários grandes fundos… As coisas fazem-se e acontecem pela boa-vontade dos participantes. Isto porque, ao que soube o “Grande Prémio Fim da Europa” – corrida agendada entre Sintra e o Cabo da Roca, teria sido cancelada por razões orçamentais. Na prática, quem quis correr, fê-lo na mesma, com menor custo e sem medalhas, mas acredito que com muito boa-disposição, já que não havia necessidade de competir com ninguém.
Depois de saírem os atletas, esperávamos nós que, sendo a caminhada organizada por uma empresa, houvesse um enquadramento histórico sobre a ligação entre os 2 palácios, mas não. Estando os vários participantes presentes, recibos e vouchers entregues, iniciámos a caminhada, pelas ruas de Sintra, sem uma palavra da guia sobre as mesmas…
Seguimos depois pelo bosque de Sintra, passando perto de Monserrate e nem uma palavra da guia sobre o mesmo… Achei estranho, pois quando faço uma caminhada organizada por uma empresa, espero algo mais do que um seguro e simplesmente ter alguém na frente a indicar o caminho e um transporte de volta ao início… Para isso, tiro o track para o GPS e junto uns amigos, fazendo o percurso com eles, de borla!!
Na altura, fiz questão de mencionar isso à guia, “É só uma opinião… Vale o que vale, mas quanto a mim a mais valia das empresas de animação turística é mesmo essa!! O poderem trazer uma experiência, conhecimentos, tradições, lendas, enfim… Acrescentar valor ao prazer de caminhar!”
Mas não foi de todo o caso com esta caminhada com a Geosphera. Tínhamos pago para ter um seguro, transporte de volta ao início, e uma guia que se limitou a conduzir-nos por um trilho que a Câmara Municipal de Mafra costuma usar anualmente para realizar este passeio, em ritmo de raid.
Contudo, o que interessa é que o passeio era bonito e as flores reluziam à luz do sol… Avincas, que crescem normalmente junto a cursos de água, brilhavam para nós à medida que por elas passávamos…
Mais à frente, um relvado imenso… Daqueles que dá vontade de pular e enrolar por ali a fora!!!
De lá, podíamos observar a silhueta do Palácio da Pena que, do alto da Serra de Sintra, nos parecia acenar…
E pelo caminho fomos apreciando outros pormenores belos, como uma chaminé “mourisca” e o seu cata-vento…
Ou os prados verdes e amarelos, das flores de trevo…
À medida que prosseguíamos o nosso trilho, cruzámo-nos com um trio de cavaleiros… Que bela manhã para passear… A pé, ou de cavalo, o que interessa é não parar!!
Ao longe, conseguimos avistar no horizonte a linha mais azul do mar, à medida que avançamos pelos trilhos recortados nos campos envergando um manto de esmeralda…
Aproveitamos e já perto de Odrinhas, fazemos uma breve pausa para almoçar…
Seguimos depois, por esta aldeia, observando as “piteiras” – cactos que dão os figos da Índia, ou do Diabo, dotados de muitos espinhos fininhos e brancos, autênticas armadilhas para os mais incautos!!
E começamos então a descer, rumo ao Carvalhal, anichado ali na curva do Rio Lizandro… “Aqui é alto da Costa, com vista sem igual. No fundo o rio Lizando, na encosta é Carvalhal”
Descemos pois e cruzamos o rio…
Soltando depois o passo, começamos a subir, Carvalhal a dentro…
Soltamos a música que havia em nós e surge uma melodia que assobiamos alegremente, enquanto fazemos a íngreme subida do Carvalhal
Subimos, descemos e voltamos a subir…
Já quase a chegar a Mafra, podemos observar ao magnífico sol do entardecer, umas flores vermelhas que se destacam no verde que as envolve…
E já nesta terra saloia e de bom pão, passamos junto ao Vale Maciel, mesmo antes de chegarmos ao centro de Mafra.
Uma vez chegados a Mafra, foi tudo muito rápido… Passámos ao lado dos Fradinhos, sem sequer lhes fazermos olhinhos…
Na apresentação online da caminhada a Geosphera mencionava “No fim poderá confirmar por experiência própria quais os melhores doces regionais/conventuais: se o Creme do Bispo e o Fradinho (Mafra) ou o Travesseiro e a Queijada (Sintra).” Contudo, não houve tempo, nem predisposição para os provar… Fomos directos aos táxis que nos esperavam para nos levarem de regresso a Sintra.
Uma vez em Sintra, já começava o entardecer… Estando as Periquitas cheias, acabámos por petiscar no Cantinho do Lord Byron, recordando os pontos fortes desta bela caminhada, com sabor a… pouco.
NOTA: Apesar de este passeio não ter corrido como eu estava à espera que corresse, com mais-valias trazidas pela empresa aos participantes na caminhada, o passeio foi bom, correndo de forma ordeira e sem problemas. Simplesmente, por uma caminhada paga, esperava mais, tendo esta ficado aquém das expectativas. Espero que esta crítica seja vista de forma positiva e que possa, de alguma maneira, ajudar a empresa a encontrar o seu lugar no mercado.
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