Previsão do tempo para sábado: Chuva!! Muita chuva e aguaceiros… E trovoadas!!!
Apesar da previsão, lá nos decidimos a ir caminhar… Seria o estágio para a Irlanda (pensámos!!)… E assim rumámos, em grupo até Santa Cruz. Uma vez lá, um céu de tom violeta surgia sobre o mar revolto e cinzento que assolava a “República da Formosa”, mas nada de chuva…
Animados por este tempo e pelo reencontro com bons amigos, lá nos equipámos e escutámos o briefing inicial, que prometia um passeio pleno de estórias e lendas, envolvendo santas, sereias e fósseis…
E assim partimos…
Junto ao mar…
E às falésias…
Rumo a uma pequena capela, onde estava a imagem de Stª Helena – mãe do Imperador Constantino, que teria sido avistada por monges cistercenses e posteriormente encontrada por pescadores, que a acharam numa gruta com um ar um pouco amuado… Daí também as nossas expressões à saída da capelinha… ;)
Uns diziam que o ar amuado era da hipotermia, outros do vento… Mas o que é certo é que não se entende como é que se amua contemplando uma vista impressionante destas… Mas talvez o problema da santa fosse outro…
O que é certo é que a expressão da santa acabou por dar nome à Praia… Praia das Amoeiras (e não Amoreiras, como vem muitas vezes referenciada!!).
Explicação dada, tockandar sobre a falésia, sobre o mar…
Parando um pouco mais à frente num miradouro que nos proporciona uma vista fantástica sobre a linha de costa de Santa Cruz. Já agora, sabiam que esta zona ganhou este nome devido à santa de face amuada? Como Stª Helena guardou pedaços do madeiro da Cruz em que Cristo foi crucificado - as Santas Relíquias - durante a sua vida, deu-se à terra o nome de “Santa Cruz”.
Continuamos a nossa caminhada, saltando pocinhas e observando restos de fósseis nos sedimentos que formam o chão que pisamos…
Subindo e descendo, ao sabor das colinas…
Até chegarmos ao local onde o PR tinha escondidos uns fósseis de ouriços… Não não são os ouriços cacheiros, nem os ouriços do mar que a gente conhece e que picam muito!! São pequenos “búzios”, que por terem pequenos espinhos na sua “carapaça” ficaram com este nome.
Hora agora de descer, rumo à praia… Alguém dizia antes… “Primeiro o barro, depois a argila e a seguir a areia”… É uma caminhada com vários tipos de solo!!! Tockandar!!
Passamos junto à Praia Azul
E depois de uma breve paragem para repor líquidos, percorremos então esta língua de areia…
Lado a lado com o rio Sizandro…
Até chegarmos à Praia da Foz, onde cruzamos o rio para a outra margem…
Já na ponte, aprendemos a técnica da pesca da enguia!!! Afinal só é preciso um pouco de paciência e um guarda-chuva… Já que não chove, pesca-se!! ;)
Continuamos para lá da foz, observando pequenas teias que as aranhas fazem junto ao solo, talvez para recolher água…
Ao lado pequenas flores, rasteirinhas parecem brotar do orvalho que as envolve… E ao longe, a paisagem…
Estamos agora no Forte das Gentias, ponto alto que nos permite observar hoje a paisagem… E há 200 anos atrás, permitiu-nos dar uma valente coça nos franceses, que ao chegarem a estas margens começaram logo a levar na touca!! «E Forte das Gentias porquê?», perguntei eu… «Teria a ver com os gentios, gentes locais (autóctones) que sabiam que este ponto alto seria uma boa zona (isto escrito faz mais sentido) para observar eventuais incursões dos franceses?» Quiça, quiça, quiça?
Descemos do forte, em direcção a norte…
Seguindo junto ao rio, até à Praia da Foz…
Passando um posto de observação de aves…
E subindo, rumo à Quinta da Areia…
E à sua lenda… Ora, conta o PR que há muitos anos, o mar subiu muito, vindo dar perto da quinta, arrastando consigo 2 belas sereias (mãe e filha). Por qualquer motivo os trabalhadores da quinta decidiram queimar a sereia mais nova. A mãe sereia lançou-lhes então uma maldição, dizendo que a partir daquele momento, jamais teriam sorte até à 5ª geração. O que é facto, é que desde essa altura a quinta foi sendo deixada ao abandono, permanecendo hoje em ruínas…
Junto à referida quinta encontramos ainda, como se de tesouros se tratassem, alguns fósseis de bivalves… Cozinhados à Bulhão Pato, ou então numa Sopinha de Marisco, já marchavam!!! Ou seja, aproxima-se a hora do almoço!!!
Tockadeixar a Quinta da Areia para trás e a seguir viagem, que a barriguita já está a roncar!!
Passamos então por um pinhal, e mais à frente preparamos a aproximação à pista do Aeródromo de Santa Cruz…
E voltamos ao trilho…
Que, por entre pinhais e flores, nos vai levando até Santa Cruz…
Chegamos então à Praia da Torre, ali bem perto da Azenha… Tempo agora para mais uma lenda, ou mito urbano, que conta que quem mandou erguer a torre que serve de ex-libris a esta praia, o fez para poder observar a sua amada a partir de lá… Deixando a imaginação correr, seria a amada uma sereia? Ou o que estaria por trás deste “voyeurismo”?
Avançamos então pelo centro de Santa Cruz, observando alguns monumentos locais…
E rumamos depois pelo paredão (ou promenade, em madeirense) à Praia do Guincho.
Assim conhecida pelo ex-libris de Santa Cruz, o Penedo do Guincho
Junto ao qual aproveitamos para, de olho na maré, tirarmos a foto de grupo!!
Deixando o penedo para trás, subimos agora à República da Formosa, de onde podemos observar a norte o Penedo do Guincho
E a sul, toda a costa a perder de vista… No topo deste rochedo, conhecido por graça como a república da Formosa, exibe-se altaneira a sua bandeira, obra do PR, representando um crocodilo… Será uma representação dos que como lagartos, se expõem ao sol de verão na rampa dos crocodilos?
Subimos agora, em direcção ao parqueamento… A caminhada está mesmo prestes a terminar…
E depois tockalongar, que a seguir é que vai ser!! Sim, que depois de uma bela caminhada, o bom mesmo é o excelente convívio!!
Mesa posta, a rigor, castanhas a assar e tockacomer e a celebrar!! Viva a vida… E tockandar!!!
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